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Publicada por
José Carlos Sousa
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Anunciamos uma caminhada no Trilho da Natureza entre o Cávado e o Atlântico em Esposende, e cumprimos. No dia 26 de Outubro de 2008 às 9h estávamos no início do percurso no Clube Náutico de Fão. Bem, pelo menos era suposto, pois o nosso sentido apurado de orientação levou-nos ao Clube Náutico de F...Ofir! Sensivelmente já a meio do percurso. Com mapa, partimos à aventura...
Alto! Depois de nos metermos por becos, com ruas preparadas para justificar a aquisição de veículos de todo o terreno, depois de nos enganarmos (ainda sem saber) no clube náutico, alguém, que não era o meu acompanhante, suspirou: "Tenho que ir a um café". "Estás com sono?". "Não, mas tenho mesmo que ir". "Dizes isso depois de ter demorado um eternidade e mais um bocadinho para estacionar na perfeição o meu veiculo que não é de todo o terreno?!". "SIM". Não havia outra solução, entramos para o carro e voltamos pelo mesmo caminho tortuoso, e fomos a um café perto das Torres de Ofir.
Já depois da caminhada contaram-me uma história, sobre comer um pacote de açúcar, para as sardinhas não ficarem de pé!!! Se soubesse dessa história antes, as sardinhas assadas que gulosamente comi no dia anterior, já não queriam dançar. Assim, fui obrigado a dançar com elas e dei comigo a questionar-me sobre porque razão os sensores de luz, nos obrigam a levantar os braços no ar? Senti-me envolvido naquela canção: "Levanta los las manos...", mas não me senti nada sexy.
Ainda com o mapa na mão, partimos à aventura. A história será contada como cronologicamente deveria ter acontecido. Partimos então do Clube Naútico de O...Fão.
Vista sobre o rio Cávado, com a ponte de Fão em plano de fundo. Para mim será sempre o rio Cábado. Porque será, carago! Nas suas margens vimos pescadores, pessoal de canoa a jogar dentro de água uma espécie de basquetebol, equipas de cem jogadores (muitos eram de certeza) a jogar uma espécie de futebol num campo perto, pessoal de BTT numa espécie de bike papper, e muitos cromos como nós a romper solas. Um dia ainda ouviremos "Vai mas é trabalhar! Oh!".
Utilizamos os passadiços em madeira para caminharmos sempre junto ao leito do rio. Mais à frente, num miracábado, observarmos os canais de águas, mais quentes (não experimentei) e pouco profundos (não caí), frequentemente utilizados por algumas espécies piscícolas para aí desovarem (não vi) .
Como indica no mapa, aqui também podíamos observar, entre outras espécies, a pega-rabuda, o corvo marinho e o pato-real... se os soubéssemos distinguir e se eu tivesse levado os meus óculos. Começo a achar imprescindível fazer-nos acompanhar de uns binóculos e, se possível, de uma máquina fotográfica com maior zoom.
Depois de ultrapassarmos a estalagem do Parque do Rio, viramos à direita em direcção ao rio. Entramos no paredão, ou será que era rachadão? Isto porque, em algumas partes do seu percurso as rachadelas eram bem evidentes. Inspiram algum cuidado, não vá aquilo desmoronar e, como consequência, acabamos por verificar a temperatura e a profundidade do canal de água. O mais certo é nada disto acontecer, e assim, podemos nos deliciar com a paisagem.
No fim do paredão, voltamos ao caminho em calçada a portuguesa, e passamos perto do Clube Náutico de Ofir. Afinal este até fui o real ponto de partida. Aqui vimos pinheiros ao sabor do vento, não nos pareceram nem bravos nem mansos, apenas estavam na deles. Havia erva perto.
Num dos pinheiros, sei que o era porque eram visíveis as pinhas, o meu primeiro esquilo. O bichinho amoroso era um badalhoco! Fazia uma tremenda lixeira, mas como era indiferente à nossa presença, permitiu-nos tirar várias fotografia e observar o seu peculiar comportamento à mesa.
Continuamos para o sistema. Depois de anos a ouvir falar dele, era nesta manhã que, finalmente, o iria conhecer...
O sistema dunar, denominado de restinga, é uma barreira natural que separa o mar do rio e que protege a cidade de Esposende do avanço das águas do mar.
Na restinga, ainda procuramos os Cavalos de Fão. inicialmente, pensávamos que seriam mesmo cavalos de carne e osso. Depois, pensávamos que estavam em terra e que seriam as dunas. Mais tarde, descobrimos que estão no mar, são rochas e fazem parte de uma lenda.
Os Cavalos de Fão, são "uma longa afloração rochosa natural, paralela ao areal e a uma distância significativa que fica somente visível em tempo de maré vaza que pela sua situação provoca em si a quebra da ondulação, por muito forte que seja, “adoçando” o mar desde da Praia da Apúlia, a sul, até à de Rio de Moinhos, mais a norte. Zona que as populações conhecem por “suave mar” e cuja designação já foi adoptada pelas entidades oficiais e de promoção turística." (fonte: Oficina das Ideias). Uma das versões da lenda reza que "há tempos, alguém queria invadir aquela zona, montado em cavalos. Os habitantes empurraram os invasores para o mar, onde estes morreram afogados. Porém os cavalos, vítimas inocentes, voltaram à superfície lá ao longe e estão eternamente na paisagem" (fonte: Lifecooler).
Chegamos às areias finas das praias de Ofir. Ao longe as Torres trigêmeas de Ofir, que em nossa opinião, não favorecem a paisagem. Estas torres já estiveram para ser demolidas (ver aqui), mas não sabemos qual a actual situação.
Caminhamos sobre a areia, o que é mais cansativo, quando passamos pelo segundo esporão, viramos à esquerda para subir uma duna e continuamos a direito.
Mais tarde avistamos Capela e Facho da Bonança. Seguimos na mesma rua sempre em frente, como Indiana Jones à procura do templo perdido. Procurávamos a Necrópole Medieval das Barreiras.
Depois de seguirmos as setas a indicar "Cemitério Medieval", chegamos ao local. Procuramos algo que estava à frente do nosso nariz, mas não queríamos acreditar. Sem qualquer indicação, sem qualquer explicação e sem quaisquer barreiras (ao contrário do nome), a necrópole condenada. Afinal o filme era outro. Sr. Responsável, mande imediatamente arranjar o local, colocando indicações e barreiras adequadas, ou esconda de vez a vergonha e mande atolar aquilo. Não se esqueça de retirar também de todas as brochuras, livros e revistas onde possa vir referenciado.
Para terminar a caminhada, nada pior, do que recuperar as calorias perdidas. Experimentamos as famosas Clarinhas de Fão e saímos satisfeitos. Os verdadeiros admiradores deste doce, são facilmente identificáveis pela cor branca que predomina na sua roupa. Para recuperar as cores originais, não são necessários detergentes de roupa topo de gama, apenas é necessário uma forte sacudidela. Voltamos para casa com mais duas clarinhas para outras 4 solas, que nos aguardavam em casa com o nosso sustento pronto. Ai vida a quanto nos obrigas.
Boas caminhadas.
Alto! Depois de nos metermos por becos, com ruas preparadas para justificar a aquisição de veículos de todo o terreno, depois de nos enganarmos (ainda sem saber) no clube náutico, alguém, que não era o meu acompanhante, suspirou: "Tenho que ir a um café". "Estás com sono?". "Não, mas tenho mesmo que ir". "Dizes isso depois de ter demorado um eternidade e mais um bocadinho para estacionar na perfeição o meu veiculo que não é de todo o terreno?!". "SIM". Não havia outra solução, entramos para o carro e voltamos pelo mesmo caminho tortuoso, e fomos a um café perto das Torres de Ofir.
Já depois da caminhada contaram-me uma história, sobre comer um pacote de açúcar, para as sardinhas não ficarem de pé!!! Se soubesse dessa história antes, as sardinhas assadas que gulosamente comi no dia anterior, já não queriam dançar. Assim, fui obrigado a dançar com elas e dei comigo a questionar-me sobre porque razão os sensores de luz, nos obrigam a levantar os braços no ar? Senti-me envolvido naquela canção: "Levanta los las manos...", mas não me senti nada sexy.
Ainda com o mapa na mão, partimos à aventura. A história será contada como cronologicamente deveria ter acontecido. Partimos então do Clube Naútico de O...Fão.
Vista sobre o rio Cávado, com a ponte de Fão em plano de fundo. Para mim será sempre o rio Cábado. Porque será, carago! Nas suas margens vimos pescadores, pessoal de canoa a jogar dentro de água uma espécie de basquetebol, equipas de cem jogadores (muitos eram de certeza) a jogar uma espécie de futebol num campo perto, pessoal de BTT numa espécie de bike papper, e muitos cromos como nós a romper solas. Um dia ainda ouviremos "Vai mas é trabalhar! Oh!".
Utilizamos os passadiços em madeira para caminharmos sempre junto ao leito do rio. Mais à frente, num miracábado, observarmos os canais de águas, mais quentes (não experimentei) e pouco profundos (não caí), frequentemente utilizados por algumas espécies piscícolas para aí desovarem (não vi) .
Como indica no mapa, aqui também podíamos observar, entre outras espécies, a pega-rabuda, o corvo marinho e o pato-real... se os soubéssemos distinguir e se eu tivesse levado os meus óculos. Começo a achar imprescindível fazer-nos acompanhar de uns binóculos e, se possível, de uma máquina fotográfica com maior zoom.
Depois de ultrapassarmos a estalagem do Parque do Rio, viramos à direita em direcção ao rio. Entramos no paredão, ou será que era rachadão? Isto porque, em algumas partes do seu percurso as rachadelas eram bem evidentes. Inspiram algum cuidado, não vá aquilo desmoronar e, como consequência, acabamos por verificar a temperatura e a profundidade do canal de água. O mais certo é nada disto acontecer, e assim, podemos nos deliciar com a paisagem.
No fim do paredão, voltamos ao caminho em calçada a portuguesa, e passamos perto do Clube Náutico de Ofir. Afinal este até fui o real ponto de partida. Aqui vimos pinheiros ao sabor do vento, não nos pareceram nem bravos nem mansos, apenas estavam na deles. Havia erva perto.
Num dos pinheiros, sei que o era porque eram visíveis as pinhas, o meu primeiro esquilo. O bichinho amoroso era um badalhoco! Fazia uma tremenda lixeira, mas como era indiferente à nossa presença, permitiu-nos tirar várias fotografia e observar o seu peculiar comportamento à mesa.
Continuamos para o sistema. Depois de anos a ouvir falar dele, era nesta manhã que, finalmente, o iria conhecer...
O sistema dunar, denominado de restinga, é uma barreira natural que separa o mar do rio e que protege a cidade de Esposende do avanço das águas do mar.
Na restinga, ainda procuramos os Cavalos de Fão. inicialmente, pensávamos que seriam mesmo cavalos de carne e osso. Depois, pensávamos que estavam em terra e que seriam as dunas. Mais tarde, descobrimos que estão no mar, são rochas e fazem parte de uma lenda.
Os Cavalos de Fão, são "uma longa afloração rochosa natural, paralela ao areal e a uma distância significativa que fica somente visível em tempo de maré vaza que pela sua situação provoca em si a quebra da ondulação, por muito forte que seja, “adoçando” o mar desde da Praia da Apúlia, a sul, até à de Rio de Moinhos, mais a norte. Zona que as populações conhecem por “suave mar” e cuja designação já foi adoptada pelas entidades oficiais e de promoção turística." (fonte: Oficina das Ideias). Uma das versões da lenda reza que "há tempos, alguém queria invadir aquela zona, montado em cavalos. Os habitantes empurraram os invasores para o mar, onde estes morreram afogados. Porém os cavalos, vítimas inocentes, voltaram à superfície lá ao longe e estão eternamente na paisagem" (fonte: Lifecooler).
Chegamos às areias finas das praias de Ofir. Ao longe as Torres trigêmeas de Ofir, que em nossa opinião, não favorecem a paisagem. Estas torres já estiveram para ser demolidas (ver aqui), mas não sabemos qual a actual situação.
Caminhamos sobre a areia, o que é mais cansativo, quando passamos pelo segundo esporão, viramos à esquerda para subir uma duna e continuamos a direito.
Mais tarde avistamos Capela e Facho da Bonança. Seguimos na mesma rua sempre em frente, como Indiana Jones à procura do templo perdido. Procurávamos a Necrópole Medieval das Barreiras.
Depois de seguirmos as setas a indicar "Cemitério Medieval", chegamos ao local. Procuramos algo que estava à frente do nosso nariz, mas não queríamos acreditar. Sem qualquer indicação, sem qualquer explicação e sem quaisquer barreiras (ao contrário do nome), a necrópole condenada. Afinal o filme era outro. Sr. Responsável, mande imediatamente arranjar o local, colocando indicações e barreiras adequadas, ou esconda de vez a vergonha e mande atolar aquilo. Não se esqueça de retirar também de todas as brochuras, livros e revistas onde possa vir referenciado.
Para terminar a caminhada, nada pior, do que recuperar as calorias perdidas. Experimentamos as famosas Clarinhas de Fão e saímos satisfeitos. Os verdadeiros admiradores deste doce, são facilmente identificáveis pela cor branca que predomina na sua roupa. Para recuperar as cores originais, não são necessários detergentes de roupa topo de gama, apenas é necessário uma forte sacudidela. Voltamos para casa com mais duas clarinhas para outras 4 solas, que nos aguardavam em casa com o nosso sustento pronto. Ai vida a quanto nos obrigas.
Boas caminhadas.
- Percurso Número: Não homologado
- Nome: Trilho da Natureza entre o Cávado e o Atlântico
- Concelho: Esposende
- Tipo: Circular
- Início: Clube Náutico de Fão
- Distância: 5 Km
- Grau: Fácil
- Pontos de Interesse: Estuário do rio Cávado, sistema dunar, Necrópole Medieval das Barreiras e a Capela e Facho da Bonança
- Participantes SR: saos, souza
- Dicas: -
- Mais informação: Parque Natural do Litoral Norte
- Mapa: Valimar
Comentários
Esta nota serve para lembrar da obrigatoriedade da equipa do SR, comunicar o estado da Necrópole Medieval das Barreiras, a quem de direito.
ResponderEliminarPara quem enviar um email? Valimar, Junta de Freguesia de Fão, Câmara de Esposende? Pelos menos a perguntar qual o destino que pretendem dar à necrópole.
ResponderEliminarvalimar@valimar.org.pt
secretaria@jf-fao.pt
rui.cavalheiro@cm-esposende.pt (Chefe de Divisão de Cultura e Turismo)
Necrópole não tem indicação no local, local abandonado, sem protecções em bom estado, sem informação sobre a necrópole.
ResponderEliminarEm breve a Necrópole vai ter os melhoramentos necessários, pois já estão a começar esses trabalhos,que já vêm tarde.
ResponderEliminarhttp://conversadocafe.blogspot.com/2009/04/cemiterio-medieval-com-barreiras-sera.html
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