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Publicada por
José Carlos Sousa
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Mayday... caminhada com pedido de ajuda eminente e no dia do trabalhador. Metade do grupo SR entrou no comboio em Campanhã, a outra metade, a direita, entrou em Ermesinde. Entre mais abraços do que beijos, lá fomos nos acomodando ao nosso lugar, uns à janela do lado do rio e outros nem por isso, e portanto, insatisfeitos. Quando as encostas do douro com as suas vinhas, por vezes ainda prematuras, iniciam a sua aparição, olho para o bilhete e entendo o porquê de nos sugerirem ir de comboio.
A paisagem é esplêndida, o rio é um espelho, e as encostas, com os seus humanos padrões feitos de vinha e pequenas casas dispersas vestidas de branco, reflectem-se nele. Sempre acompanhados das narcisistas encostas, que pariram tão famoso vinho, o Vinho do Porto, chegamos à estação do Tua, que fica em Carrazeda de Ansiães e onde tudo começa e acaba para cerca de 120 participantes.
Entre outros obstáculos que fomos ultrapassando, o campo minado de urtigas foi o mais problemático. Entre pequenas escorregadelas, houve uma que podia ter originado uma tragédia, um dos membros do grupo sentiu o toque de tigas, o que transforma tudo em... comichão. Mais tarde, a senhora da tasquinha por detrás da estação, disse: "Urtiguinhas! Isso não é problema por estas bandas. Não fazemos 20km para tratar isso".
Convém realçar também, o sentido de entreajuda entre participantes que é notório em situações difíceis, eu próprio cometi uma loucura e ajudei um perfeito desconhecido a superar o obstáculo.
Antes de chegarmos à aldeia do Castanheiro Norte, uma paragem na quinta do Sr. Jorge (ler senhor e não Solas Rotas). A pinga ai produzida foi colocada à disposição dos participantes, um vinho tratado, fino, generoso ou do Porto. Acima de tudo uma boa pinga para os entendidos. Se a subida foi difícil a descida do vinho foi fácil, no final da prova (para alguns maratona), agradecemos tal gentileza, e seguimos viagem. Os que meteram 98 octanas, nunca mais os vimos, tal era a velocidade de ponta com que subiram encosta acima.
Durante o almoço volante na aldeia, falamos com a D. São, que lá quebrou alegremente a sua rotina. Falou da aldeia, da linha do Tua, da população que vai e não volta e falou dos tempos que passou na Angola. Ainda se ofereceu para retirar as roupas do estendal da varanda, tantas eram as máquinas para lá apontadas. Agradecemos, mas a autenticidade que queríamos, ninguém nos tira.
Quando saímos da aldeia, fomos brindados com uma vista magnifica das vinhas e oliveiras do Douro. O olhar presencial é obrigatório para discernir os deliciosos pormenores, principalmente, na imensidão da paisagem.
No percurso vimos a poda da oliveira ou do oliveira, já não me recordo, mas estava a ser efectuada em pleno dia do trabalhador. Tudo isto me fez recordar a minha infância, não porque também fazia a poda das oliveiras, mas porque trocava os 'p' pelo 'f' e ignorava os 'r'. Porque me pediam para repetir constantemente: salada de fruta, batatas fritas, as fitas da porta?
Enquanto descíamos a encosta, o Rio e a Linha do Tua começavam a emergir na paisagem. Numa cumplicidade indisfarçável, amantes durante 138km desde 1883. Recentemente carregam o fardo de trágicos acidentes, que levou ao seu encerramento provisório, e da possível decisão de submersão pela albufeira prevista para a Barragem do Tua.
Chegamos à linha! All aboard! O comboio está novamente em marcha. Quem apita? Quem é o maquinista? Onde pára? Parará 2 km depois, na estação do Tua certamente.
Pelo percurso o Rio Tua e Minha família.
No túnel, escuro como o breu, a luz ao fundo. Que se cuidem os que têm vertigens, a ponte não facilitará a sua travessia. A minha (sagrada) família ainda comenta: "Se cair não passo nos espaços em aberto". "Não é só desvantagens para quem come bem", concluiu.
Toda a comitiva passa, com mais ou menos dificuldades, este último obstáculo. Ainda há tempo para eternizar numa foto, a magnifica vista do túnel e da sua amiga ponte.
Quando chegamos à estação, uma foto do grupo. O Nuno, bebedor de Tru Blood, ou seja, sumo de beterraba, participou pela primeira vez connosco. Já é sem dúvida um membro SR, tal foi a sua integração com os restantes esquisitíssimos membros. Esquisitos, porque raramente deixam de falar com pessoas desconhecidas. Baptizado por unanimidade (apenas eu) de numb3rs.
Chegando a este ponto, estou sem palavras, de tanto dizer asneiradas. Fica para a posteridade a determinação do grupo que nunca se cansou, principalmente numa caminhada considerada de muito fácil.
Termino com um agradecimento sincero aos (des)organizadores desta marcha, principalmente ao Jorge Amorim, na qual fui mantendo várias conversas de circunstancia bastante interessantes. Tive a oportunidade de lhe lembrar que foi com o Clube de Campismo do Porto que efectuei a minha primeira caminhada à cerca de um ano atrás. Foi a XI Marcha da Primavera em Lamas de Mouro.
Boa(s) caminha(das)
A paisagem é esplêndida, o rio é um espelho, e as encostas, com os seus humanos padrões feitos de vinha e pequenas casas dispersas vestidas de branco, reflectem-se nele. Sempre acompanhados das narcisistas encostas, que pariram tão famoso vinho, o Vinho do Porto, chegamos à estação do Tua, que fica em Carrazeda de Ansiães e onde tudo começa e acaba para cerca de 120 participantes.
Entre outros obstáculos que fomos ultrapassando, o campo minado de urtigas foi o mais problemático. Entre pequenas escorregadelas, houve uma que podia ter originado uma tragédia, um dos membros do grupo sentiu o toque de tigas, o que transforma tudo em... comichão. Mais tarde, a senhora da tasquinha por detrás da estação, disse: "Urtiguinhas! Isso não é problema por estas bandas. Não fazemos 20km para tratar isso".
Convém realçar também, o sentido de entreajuda entre participantes que é notório em situações difíceis, eu próprio cometi uma loucura e ajudei um perfeito desconhecido a superar o obstáculo.
Antes de chegarmos à aldeia do Castanheiro Norte, uma paragem na quinta do Sr. Jorge (ler senhor e não Solas Rotas). A pinga ai produzida foi colocada à disposição dos participantes, um vinho tratado, fino, generoso ou do Porto. Acima de tudo uma boa pinga para os entendidos. Se a subida foi difícil a descida do vinho foi fácil, no final da prova (para alguns maratona), agradecemos tal gentileza, e seguimos viagem. Os que meteram 98 octanas, nunca mais os vimos, tal era a velocidade de ponta com que subiram encosta acima.
Durante o almoço volante na aldeia, falamos com a D. São, que lá quebrou alegremente a sua rotina. Falou da aldeia, da linha do Tua, da população que vai e não volta e falou dos tempos que passou na Angola. Ainda se ofereceu para retirar as roupas do estendal da varanda, tantas eram as máquinas para lá apontadas. Agradecemos, mas a autenticidade que queríamos, ninguém nos tira.
Quando saímos da aldeia, fomos brindados com uma vista magnifica das vinhas e oliveiras do Douro. O olhar presencial é obrigatório para discernir os deliciosos pormenores, principalmente, na imensidão da paisagem.
No percurso vimos a poda da oliveira ou do oliveira, já não me recordo, mas estava a ser efectuada em pleno dia do trabalhador. Tudo isto me fez recordar a minha infância, não porque também fazia a poda das oliveiras, mas porque trocava os 'p' pelo 'f' e ignorava os 'r'. Porque me pediam para repetir constantemente: salada de fruta, batatas fritas, as fitas da porta?
Enquanto descíamos a encosta, o Rio e a Linha do Tua começavam a emergir na paisagem. Numa cumplicidade indisfarçável, amantes durante 138km desde 1883. Recentemente carregam o fardo de trágicos acidentes, que levou ao seu encerramento provisório, e da possível decisão de submersão pela albufeira prevista para a Barragem do Tua.
Chegamos à linha! All aboard! O comboio está novamente em marcha. Quem apita? Quem é o maquinista? Onde pára? Parará 2 km depois, na estação do Tua certamente.
Pelo percurso o Rio Tua e Minha família.
No túnel, escuro como o breu, a luz ao fundo. Que se cuidem os que têm vertigens, a ponte não facilitará a sua travessia. A minha (sagrada) família ainda comenta: "Se cair não passo nos espaços em aberto". "Não é só desvantagens para quem come bem", concluiu.
Toda a comitiva passa, com mais ou menos dificuldades, este último obstáculo. Ainda há tempo para eternizar numa foto, a magnifica vista do túnel e da sua amiga ponte.
Quando chegamos à estação, uma foto do grupo. O Nuno, bebedor de Tru Blood, ou seja, sumo de beterraba, participou pela primeira vez connosco. Já é sem dúvida um membro SR, tal foi a sua integração com os restantes esquisitíssimos membros. Esquisitos, porque raramente deixam de falar com pessoas desconhecidas. Baptizado por unanimidade (apenas eu) de numb3rs.
Chegando a este ponto, estou sem palavras, de tanto dizer asneiradas. Fica para a posteridade a determinação do grupo que nunca se cansou, principalmente numa caminhada considerada de muito fácil.
Termino com um agradecimento sincero aos (des)organizadores desta marcha, principalmente ao Jorge Amorim, na qual fui mantendo várias conversas de circunstancia bastante interessantes. Tive a oportunidade de lhe lembrar que foi com o Clube de Campismo do Porto que efectuei a minha primeira caminhada à cerca de um ano atrás. Foi a XI Marcha da Primavera em Lamas de Mouro.
Boa(s) caminha(das)
- Percurso Número: -
- Nome: Marcha da Linha do Tua
- Concelho: Carrazeda de Ansiães
- Tipo: Circular
- Início: Estação da CP do Tua
- Distância: 13 km (percurso foi encurtado)
- Grau: Moderado
- Pontos de Interesse: Aldeia de Ribalonga, aldeia do Castanheiro, vinhas do Vinho do Porto, Laranjais
- Data: 2009-05-01 às 10h
- Concentração: Estação da CP do Tua
- Participantes SR: malina, maradona, souza, saos, francis, messy e numb3rs
- Organização: Clube de Campismo do Porto
- Mais informação: Clube de Campismo do Porto, A Linha é Tua, Douro no Olhares, Linha do Tua no Olhares
- Mapa: -
Comentários
Grande ressaca, será que está tudo a meditar?
ResponderEliminarNão, que ideia. São é grandes actores. Isto é um representação digna de oscar. Tão bons que gastei mais de 20 minutos de fita, pois insistiam em continuar. Como realizador sinto-me honrado de dirigir tão distinta equipa. Na caminhada usamos duplos, como é óbvio.
ResponderEliminar"Urtiginhas"???? que "supresa"!!!
ResponderEliminarMalina
Parabiénes! uma Grande tripla: caminhada, crónica e fotos!
ResponderEliminardivulguei este post em 2 sitios fixes da net. descubram ;)
Olá, grande caminhada!...
ResponderEliminarEstava interessado em divulgar esta vossa caminha. Para isso precisava de algumas fotografias e, se possível, algumas opiniões sobre a Linha do Tua, para divulgar no Blogue A Linha é Tua.
o meu email é alinhaetua@gmail.com
Continuação de boas caminhadas
Boas,
ResponderEliminarMais uma grande texto, quer dizer, um texto que respeita a grandiosidade das imagens colocadas e a beleza destas lindas paisagens.
Parabéns e continuem.
Espero qualquer dia (de preferência depois de acabar a tese), poder fazer-vos companhia :)
Cumpz e boas caminhadas
Olá
ResponderEliminarParabéns por este vosso magnífico Evento.
Espero um dia voltarmos a encontrar-nos nas caminhadas por este belo Portugal!
Felicidades e continuem com esse maravilhoso trabalho na divulgação do Pedestrianismo!
Obrigado pelo incentivo, mas agradeça antes a Portugal, pelos locais e gentes fascinantes, sempre à distância de um passo. O nosso passo.
ResponderEliminarNos seus trilhos, cicatrizes que se recusa curar, voltaremos a encontrar-nos. Porque somos o seu Betadine :)
fernando_vilarinho disse: "divulguei este post em 2 sitios fixes da net. descubram ;)"
ResponderEliminarJá contratamos um detective privado para tal colossal tarefa. Demos indicações precisas para te intimidar fisicamente se fosse necessário. Entregamos uma sola das nossas e uma pena.
Um abraço.
A Linha é Tua disse:"Estava interessado em divulgar esta vossa caminhada. Para isso precisava de algumas fotografias e, se possível, algumas opiniões sobre a Linha do Tua, para divulgar no Blogue A Linha é Tua"
ResponderEliminarO convite ainda está de pé? Pelo tempo que deixamos passar provavelmente já se sentou :)
Parabéns pelo seu blogue e pelo seu esforço de manter a linha sem tracejados.
Olá
ResponderEliminarA minha proposta escrita acima a 8 de Maio mantém-se. Terei muito gosto em divulgar a vossa caminhada no blogue A Linha é Tua e desta forma divulgar também esta paisagem magnifica que é composta pelo rio e pela linha do Tua.
alinhaetua@gmail.com
Olá,
ResponderEliminarJá enviamos as fotos (pode escolher e editar) e um pequeno texto, espero que esteja a altura do seu blogue.
A linha é nossa.
Vivam
ResponderEliminarObrigado por disponibilizarem as fotografias. Já coloquei hoje algumas no Blogue e daqui a alguns dias coloco outro grupo. Se houver alguma coisa errada no texto, digam-me, que eu altero.
Continuação de boas caminhadas.
Um abraço
Aníbal Gonçalves
A Linha é Tua
http://alinhaetua.blogspot.com/