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Publicada por
José Carlos Sousa
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Nesta V Caminhada organizada pelo nosso grupo, Solas Rotas, começo por realçar a sua cuidada preparação que culminou com o reconhecimento do local 11 dias antes. Carinhosamente, de nenúfar em nenúfar, os dignos (a)Fundadores do grupo calcorrearam o trilho branco desse dia. Não encontraram o Maradona, mas escolheram o melhor trajecto e anotaram pontos de interesse. Limparam a neve, mas já não tiveram tempo de limpar os espinhos!
Onze dias depois, acordávamos. Desta vez não acordei nervoso, tinha preparado tudo no dia anterior. Tudo ordenado em cima de uma mesa, lembro que troquei a barra de chocolate por duas barras de cereais para não derreter.
Partimos como sempre da Estação de Ermesinde, paramos na estação de serviço da A28 para recolher alguns velhos amigos e outros candidatos. Uma situação caricata aconteceu. Depois de tantas trocas de mensagens de correio electrónico, telefonemas, (mesmo durante os envios) de faxes, a combinar os detalhes da participação na caminhada, finalmente o estreante Sérgio ia conhecer o Sérgio da velha guarda. Mas, numa reviravolta estonteante, afinal já se conheciam e até iam juntos para a escola, lá na terra onde os meus pais moram. É motivo para, à boa maneira do norte, dizer... Click.
Ainda na estação de serviço o Jorge pensou em colocar um avião a voar em círculos sobre o local com uma lona a indicar "Solas Rotas", mas resolveu coloca-la na sua carrinha vermelha no vidro de trás. Partimos em direcção ao local do inicio do percurso na Capela St. Rufina em Cerquido. Podia parecer, mas não era um casamento, embora a marcha lenta, o número de automóveis e o destino assim o fizesse querer.
Menos conversa e mais arfar nas subidas [carlos]
Preparativos à parte iniciamos a caminhada. A subida era ainda pouco acentuada, mas a conversa era já muita. Na frente o Jorge era a lebre do grupo. "Está tudo bem na retaguarda?", indagava no walkie-talkie. "Tudo bem, blá, blá e blá...", dizia eu. O Nuno, com a sua inseparável máquina fotográfica, tinha-se esquecido de a alimentar e esta recusou-se a distraí-lo. O Sérgio e o Fábio, estreantes nas nossas caminhadas, disparavam sobre tudo o que se mexia e também no que não se mexia. A Sónia, determinada, tinha angariado muitos dos participantes e falava agora do cuidado que o grupo tem tido na integração dos mesmos.
A subida era agora mais acentuada. O Nuno começava a pagar a factura de acompanhar a lebre, ainda por cima sem a habitual distracção, começava a ficar para trás e estava agora visivelmente cansado. Eu era o último, achei por bem efectuar uma pausa forçada, para ele se recompor. Aproveitei também para descansar, sem dar papel de fraco. Faço isso constantemente.
As montanhas e o céu a perder de vista [leonel]
Enquanto o ajudava na árdua tarefa de descansar, e como o grupo já se tinha adiantado, podemos contemplar toda a área envolvente e num silêncio que por vezes maltratamos. Montanhas a perder de vista, o imenso azul do céu tingido de nuvens carregadas para um qualquer destino que não o nosso e o silêncio... o silêncio... "Está tudo bem na retaguarda?", "TOCAS, onde estão as TOCAS?", "Estás-me a OUVIR, ÉS SURDO? - comunicações cruzadas. "Tudo bem, vamos já ter convosco, e já agora muda de canal" dizia eu.
Uma das duas barras de cereais ofereci-a ao Nuno. É um bom amigo e mereceu-a, independentemente de já não conseguir o meu ménage. Continuamos.
Pouca-terra, pouca-terra.. e muita água [jorge]
Depois da subida, o planalto. À medida que o arfar diminuía a conversa ia aumentando, de palavras e de tom, e não parou mesmo quando efectuamos uma pequena pausa para comer num rochedo. Antes de voltarmos ao trilho, ainda trocamos breves impressões com outro grupo que entretanto se aproximou. Ficaram no lugar que aquecemos, e nós depois das devidas despedidas, fomos romper solas.
Plantação de Eólicas [sérgio teixeira]
O Vilarinho ainda me confidenciou que já tinha lido, que no passado, Salazar mandou plantar árvores em toda a serra de Arga, em claro confronto com os pastores que queriam alimentar o seu gado. Quando terminou o regime, os pastores, supostamente queimaram tudo para reaver as pastagens.
Com a Porta do Lobo à vista consumimos o nosso almoço volante. Ainda provei, juntamente com o Vilarinho, um bolo de Alcachofras... quer dizer Alfarrobas, confeccionado pela Maria João. Uma delícia. Tomamos ainda o habitual café quente. Infelizmente o Rocha, mesmo familiarmente advertido, foi para cima de uma rocha e o resultado foi uma... entorse. O que valeu foi que o tornozelo já estava bem aquecido, devido a já estarmos a caminhar a algum tempo, e que levava botas. As botas são recomendadas porque protegem mais os tornozelos. Sei, porque perguntei, e no dia seguinte já estava tudo bem.
Foto de grupo na Porta do Lobo. Sérgio, Maria João, Marta, Susana, Marta, Fábio, Vilarinho, Sónia, André, Ricardo, Manuela, Catarina, Francisco, Agostinha, Carlos, José Carlos, Carla, Helena, Sónia, Rocha, Nuno, Leonel, Zé, Sérgio e Jorge [jorge]
A foto de grupo foi capturada na Porta do Lobo (fotos) - provavelmente um local de passagem atravessado pelo lobos que iam à aldeia durante a noite. Agora está permanentemente aberta, pois no Livro Vermelho dos Vertebrados em Portugal, o lobo está classificado como EN (Em Perigo - ver outras possíveis classificações aqui), porque tem uma população com menos de 250 indivíduos maduros.
Vista panorâmica a partir da Serra de Arga [sérgio teixeira]
Sem me poder pronunciar sobre as fotos do Flávio, porque não tive oportunidade de as ver, as do Sérgio têm toque de artista. Também não pode deixar de reparar, que o nosso amigo José fica muito bem à vara.
José e a sua Vara enquadrados [sérgio teixeira]
Espelhos de água obrigam a apurar a técnica saltitante estilo cabrito [carlos]
Continuamos por entre espelhos de água sobre um manto verde. Ainda perguntamos, "Existe alguém mais caminheiro do que eu?". "Todos", algo respondeu.
Não há misturas entre as ovelhas brancas e as cabras pretas na mesma parcela [carlos]
Parte do grupo foi visitar os Moinhos, a outra parte ia calmamente a descer por um caminho, enquanto uma pastora muito atrapalhada tentava que o seu rebanho não fosse por caminho travesso. Em vez de saírem rapidamente, ainda paravam para fotografar os cordeiros e cabritos, por entre os indivíduos adultos.
Sem trilho, andam todos a apanhar gambozinos [jorge]
Na antiga e abandonada Casa da Guarda, começava a descida. Avisamos que devido ao percurso estar obstruído, tínhamos que cortar caminho e era necessário ter muito cuidado, pois a inclinação era acentuada. Se durante todo o trajecto fui ouvindo vários diálogos em vários idiomas, como espanhol, italiano, russo e até chinês, na descida e na passagem pelos espinhos apenas ouvi em português (in)correcto.
O verdadeiro e único Solas Rotas [jorge]
Quase a terminar, ainda saudamos o primeiro e único solas rotas até ao presente momento, o Nuno. Em entrevista exclusiva para o canal SR, não perde a oportunidade de afirmar, "Fui de botas e saí de chinelos!".
Houve espinhos é certo, mas não obrigamos ninguém a colocar uma coroa, mesmo que alguém tenha perguntado se tínhamos comprimidos para a dor de cabeça. A farmácia que transportamos afinal ia servir para alguma coisa, para além de contrapeso! Não satisfeito perguntou se eu tinha algo para comer. A segunda barra de cereais despedia-se agora de mim. Vou voltar para a minha barra de chocolate ou de alcachofras... quer dizer Alfarrobas.
Jorge exige que lhe devolvam as Bolas de Berlim [jorge]
Ainda fomos a Viana do Castelo para comer as famosas Bolas de Berlim no Natário. Mas ainda estava na fila com o Francisco, exímio e exigente conhecedor das iguarias da região, e um jovem com ar muito zangado ia a sair e disse: "Vou embora, já acabaram as bolas!". Ou disse balas?
Boa(s) Caminha(das)
Onze dias depois, acordávamos. Desta vez não acordei nervoso, tinha preparado tudo no dia anterior. Tudo ordenado em cima de uma mesa, lembro que troquei a barra de chocolate por duas barras de cereais para não derreter.
Partimos como sempre da Estação de Ermesinde, paramos na estação de serviço da A28 para recolher alguns velhos amigos e outros candidatos. Uma situação caricata aconteceu. Depois de tantas trocas de mensagens de correio electrónico, telefonemas, (mesmo durante os envios) de faxes, a combinar os detalhes da participação na caminhada, finalmente o estreante Sérgio ia conhecer o Sérgio da velha guarda. Mas, numa reviravolta estonteante, afinal já se conheciam e até iam juntos para a escola, lá na terra onde os meus pais moram. É motivo para, à boa maneira do norte, dizer... Click.
Ainda na estação de serviço o Jorge pensou em colocar um avião a voar em círculos sobre o local com uma lona a indicar "Solas Rotas", mas resolveu coloca-la na sua carrinha vermelha no vidro de trás. Partimos em direcção ao local do inicio do percurso na Capela St. Rufina em Cerquido. Podia parecer, mas não era um casamento, embora a marcha lenta, o número de automóveis e o destino assim o fizesse querer.
Menos conversa e mais arfar nas subidas [carlos]
Preparativos à parte iniciamos a caminhada. A subida era ainda pouco acentuada, mas a conversa era já muita. Na frente o Jorge era a lebre do grupo. "Está tudo bem na retaguarda?", indagava no walkie-talkie. "Tudo bem, blá, blá e blá...", dizia eu. O Nuno, com a sua inseparável máquina fotográfica, tinha-se esquecido de a alimentar e esta recusou-se a distraí-lo. O Sérgio e o Fábio, estreantes nas nossas caminhadas, disparavam sobre tudo o que se mexia e também no que não se mexia. A Sónia, determinada, tinha angariado muitos dos participantes e falava agora do cuidado que o grupo tem tido na integração dos mesmos.
A subida era agora mais acentuada. O Nuno começava a pagar a factura de acompanhar a lebre, ainda por cima sem a habitual distracção, começava a ficar para trás e estava agora visivelmente cansado. Eu era o último, achei por bem efectuar uma pausa forçada, para ele se recompor. Aproveitei também para descansar, sem dar papel de fraco. Faço isso constantemente.
As montanhas e o céu a perder de vista [leonel]
Enquanto o ajudava na árdua tarefa de descansar, e como o grupo já se tinha adiantado, podemos contemplar toda a área envolvente e num silêncio que por vezes maltratamos. Montanhas a perder de vista, o imenso azul do céu tingido de nuvens carregadas para um qualquer destino que não o nosso e o silêncio... o silêncio... "Está tudo bem na retaguarda?", "TOCAS, onde estão as TOCAS?", "Estás-me a OUVIR, ÉS SURDO? - comunicações cruzadas. "Tudo bem, vamos já ter convosco, e já agora muda de canal" dizia eu.
Uma das duas barras de cereais ofereci-a ao Nuno. É um bom amigo e mereceu-a, independentemente de já não conseguir o meu ménage. Continuamos.
Pouca-terra, pouca-terra.. e muita água [jorge]
Depois da subida, o planalto. À medida que o arfar diminuía a conversa ia aumentando, de palavras e de tom, e não parou mesmo quando efectuamos uma pequena pausa para comer num rochedo. Antes de voltarmos ao trilho, ainda trocamos breves impressões com outro grupo que entretanto se aproximou. Ficaram no lugar que aquecemos, e nós depois das devidas despedidas, fomos romper solas.
Plantação de Eólicas [sérgio teixeira]
O Vilarinho ainda me confidenciou que já tinha lido, que no passado, Salazar mandou plantar árvores em toda a serra de Arga, em claro confronto com os pastores que queriam alimentar o seu gado. Quando terminou o regime, os pastores, supostamente queimaram tudo para reaver as pastagens.
Com a Porta do Lobo à vista consumimos o nosso almoço volante. Ainda provei, juntamente com o Vilarinho, um bolo de Alcachofras... quer dizer Alfarrobas, confeccionado pela Maria João. Uma delícia. Tomamos ainda o habitual café quente. Infelizmente o Rocha, mesmo familiarmente advertido, foi para cima de uma rocha e o resultado foi uma... entorse. O que valeu foi que o tornozelo já estava bem aquecido, devido a já estarmos a caminhar a algum tempo, e que levava botas. As botas são recomendadas porque protegem mais os tornozelos. Sei, porque perguntei, e no dia seguinte já estava tudo bem.
Foto de grupo na Porta do Lobo. Sérgio, Maria João, Marta, Susana, Marta, Fábio, Vilarinho, Sónia, André, Ricardo, Manuela, Catarina, Francisco, Agostinha, Carlos, José Carlos, Carla, Helena, Sónia, Rocha, Nuno, Leonel, Zé, Sérgio e Jorge [jorge]
A foto de grupo foi capturada na Porta do Lobo (fotos) - provavelmente um local de passagem atravessado pelo lobos que iam à aldeia durante a noite. Agora está permanentemente aberta, pois no Livro Vermelho dos Vertebrados em Portugal, o lobo está classificado como EN (Em Perigo - ver outras possíveis classificações aqui), porque tem uma população com menos de 250 indivíduos maduros.
Vista panorâmica a partir da Serra de Arga [sérgio teixeira]
Sem me poder pronunciar sobre as fotos do Flávio, porque não tive oportunidade de as ver, as do Sérgio têm toque de artista. Também não pode deixar de reparar, que o nosso amigo José fica muito bem à vara.
José e a sua Vara enquadrados [sérgio teixeira]
Espelhos de água obrigam a apurar a técnica saltitante estilo cabrito [carlos]
Continuamos por entre espelhos de água sobre um manto verde. Ainda perguntamos, "Existe alguém mais caminheiro do que eu?". "Todos", algo respondeu.
Não há misturas entre as ovelhas brancas e as cabras pretas na mesma parcela [carlos]
Parte do grupo foi visitar os Moinhos, a outra parte ia calmamente a descer por um caminho, enquanto uma pastora muito atrapalhada tentava que o seu rebanho não fosse por caminho travesso. Em vez de saírem rapidamente, ainda paravam para fotografar os cordeiros e cabritos, por entre os indivíduos adultos.
Sem trilho, andam todos a apanhar gambozinos [jorge]
Na antiga e abandonada Casa da Guarda, começava a descida. Avisamos que devido ao percurso estar obstruído, tínhamos que cortar caminho e era necessário ter muito cuidado, pois a inclinação era acentuada. Se durante todo o trajecto fui ouvindo vários diálogos em vários idiomas, como espanhol, italiano, russo e até chinês, na descida e na passagem pelos espinhos apenas ouvi em português (in)correcto.
O verdadeiro e único Solas Rotas [jorge]
Quase a terminar, ainda saudamos o primeiro e único solas rotas até ao presente momento, o Nuno. Em entrevista exclusiva para o canal SR, não perde a oportunidade de afirmar, "Fui de botas e saí de chinelos!".
Houve espinhos é certo, mas não obrigamos ninguém a colocar uma coroa, mesmo que alguém tenha perguntado se tínhamos comprimidos para a dor de cabeça. A farmácia que transportamos afinal ia servir para alguma coisa, para além de contrapeso! Não satisfeito perguntou se eu tinha algo para comer. A segunda barra de cereais despedia-se agora de mim. Vou voltar para a minha barra de chocolate ou de alcachofras... quer dizer Alfarrobas.
Jorge exige que lhe devolvam as Bolas de Berlim [jorge]
Ainda fomos a Viana do Castelo para comer as famosas Bolas de Berlim no Natário. Mas ainda estava na fila com o Francisco, exímio e exigente conhecedor das iguarias da região, e um jovem com ar muito zangado ia a sair e disse: "Vou embora, já acabaram as bolas!". Ou disse balas?
Boa(s) Caminha(das)
- Percurso: Trilho Lobo Atlântico
- Local: Cerquido (Ponte de Lima)
- Partida/Chegada: Capela St. Rufina (Cerquido)
- Coordenadas: N 41º 48' 26'' / W 8º 40' 31''
- Tipo: Circular
- Distância: 13 km
- Grau: Moderado/Difícil (chuva/neve)
- Data: 2010.01.24
- Tempo: 5h:00
- Participantes: Sérgio, Maria João, Marta, Susana, Marta, Fábio, Vilarinho, Sónia, André, Ricardo, Manuela, Catarina, Francisco, Agostinha, Carlos, José Carlos, Carla, Helena, Sónia, Rocha, Nuno, Leonel, Zé, Sérgio e Jorge
- Dicas: Bastão
- Mapa:
- Observações: Parte final do percurso obstruído.
- Outras Informações: J.F. Arga de Cima, Valimar
- Organização: Solas Rotas
Comentários
Mais uma caminhada, mas esta a parte final foi um pouco "picante"...
ResponderEliminarUm dia sem chuva mas ventoso, o grupo como sempre divertido e houve alguém que terminou com a verdadeira sola rota...
Desta vez não houve as famosas bolas de Berlim em Viana, oh que pena...
Até à próxima cumprimentos a todos
E mais uma etapa completa...
ResponderEliminarMais um trilho cumprido...
E mais umas tantas amizades coleccionadas...
Um bem haja meus amigos SOLAS ROTAS.